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Os 30 países que devem crescer este ano na contramão do mundo, mesmo com a pandemia de coronavírus

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Os 30 países que devem crescer este ano na contramão do mundo, mesmo com a pandemia de coronavírus

Em relatório recente, o Banco Mundial alertou que a pandemia de Covid-19 vai provocar a mais ampla turbulência econômica global desde pelo menos 1870 e ameaça desencadear um aumento dramático nos níveis de pobreza em todo o mundo. Mas, para 30 países, este ano será de crescimento – ainda que menor do que o esperado, salvo raras exceções (veja lista no fim desta reportagem).

Uma dessas exceções é a Guiana, país vizinho ao Brasil, que deverá apresentar crescimento superior a 50% neste ano, o maior do mundo, devido à descoberta do petróleo embora o preço da commodity tenha caído a um dos menores níveis da história. A nação também será a única a crescer na América Latina e no Caribe.

Das regiões do globo, apenas o Leste da Ásia e Pacífico vão apresentar crescimento (0,5%), principalmente devido à China. O gigante asiático, entretanto, deve crescer apenas 1%, uma taxa ínfima se comparada aos anos anteriores. Apesar disso, o Banco Mundial prevê que o PIB global encolha 5,2% neste ano, mais do que o dobro do registrado na crise financeira de 2008.

Para o Brasil, a previsão é de queda de 8%, taxa inferior apenas à do Peru (12%) na América do Sul.

Mas o que há por trás do crescimento desses 30 países neste ano, então?

“Os poucos mercados emergentes e economias em desenvolvimento que devem evitar contrações na atividade econômica este ano tendem a ser menos abertos, mais agrícolas e menos dependentes do setor de serviços”, dizem os economistas do Banco Mundial responsáveis pelo relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, em nota enviada à BBC News Brasil.

Confira três pontos para explicar por que esses países vão crescer:

1) Menor integração ao comércio global

Segundo os economistas, esses países estão “significativamente menos integrados ao comércio global, o que ajuda a isolá-los parcialmente dos graves efeitos globais da queda da demanda externa”.

“Os índices de exportação / PIB nesses países são cerca de um terço menores do que a média dos países emergentes e em desenvolvimento, e os índices de corrente de comércio / PIB (importações mais exportações) são menores em cerca de um quarto”, dizem.

Veja também:  Bancos brasileiros têm a maior rentabilidade sobre patrimônio entre bancos com ativos acima de US$ 100 bilhões.

2) Maior dependência da agricultura

De acordo com os economistas, esses países tendem a depender mais fortemente do setor agrícola, que tem sido, em média, “menos exposto à queda nos preços das commodities induzida pela pandemia, com os preços das commodities agrícolas diminuindo apenas marginalmente, em comparação com as fortes quedas observadas nos preços das commodities industriais”.

“Os setores agrícolas das economias que devem crescer neste ano respondem por mais do que o dobro do tamanho (128%) da média dos países emergentes e em desenvolvimento”, afirmam.

5) Menor impacto da pandemia

De acordo com os economistas, “embora a capacidade de testagem torne difícil comparar de forma confiável os surtos entre os países – já que a capacidade limitada de testagem pode subestimar a verdadeira magnitude dos surtos domésticos – o tamanho dos surtos (em relação ao tamanho da população) nas economias que devem crescer neste ano era cerca de três quartos menores do que na média dos países emergentes e em desenvolvimento quando publicamos o relatório”.

Países que devem crescer em 2020 (em % do PIB):

Leste da Ásia e Pacífico: China (1%), Laos (1%), Mianmar (1,5%) e Vietnã (2,8%)

Europa (com exceção da UE) e Ásia Central: Uzbequistão (1,5%)

América Latina e Caribe: Guiana (51,1%)

Oriente Médio e Norte da África: Djibuti (1,3%) e Egito (3%)

Sul da Ásia: Bangladesh (1,6%), Butão (1,5%), Nepal (1,8%)

África Subsaariana: Benin (3,2%), Burkina Faso (2%), Burundi (1%), República Centro-Africana (0,8%), Costa do Marfim (2,7%), Etiópia (3,2%), Gâmbia (2,5%), Gana (1,5%), Guiné (2,1%), Quênia (1,5%), Malauí (2%), Mali (0,9%), Moçambique (1,3%), Níger (1%), Ruanda (2%), Senegal (1,3%), Tanzânia (2,5%), Togo (1%), Uganda (3,3%).

Créditos: Luis Barrucho – BBC News Brasil em Londres

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