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C6 vai espalhar unidades de atendimento presencial no Brasil até 2023

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C6 vai espalhar unidades de atendimento presencial no Brasil até 2023

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – O C6 vai inaugurar nas próximas semanas seus primeiros cinco escritórios de atendimento presencial, ampliando a concorrência do banco digital apoiado pelo JPMorgan com grandes bancos de varejo no Brasil pelos cobiçados clientes de alta renda.

O movimento vem pouco mais de um mês após o banco criado em 2019, ter lançado a Carbon, plataforma para atender a faixa dos seus cerca de 20 milhões de correntistas que têm renda superior a 15 mil reais por mês ou mais de 150 mil em investimentos.

Segundo o chefe de Alta Renda do C6, Felipe Wey, a ideia é ter ao menos um escritório em cada capital do país e em outras cidades com maior público de alta renda nos próximos meses. Ele evitou citar uma meta precisa, mas disse devem ser abertas “dezenas de escritórios até o fim de 2023”.

Com cerca de 10 funcionários cada, os escritórios terão uma estrutura diferente das agências de grandes bancos, com uma objetivo mais de relacionamento, para aumentar o engajamento dos clientes. “Em algum momento, os clientes querem uma assessoria mais detalhada, querem conversar”, disse ele à Reuters.

O banco também pretende usar o contato físico como ferramenta para identificar preferências regionais dos clientes e desenvolver ações de relacionamento, como descontos em restaurantes e convites para eventos.

O C6 estima em cerca de 5 milhões de pessoas no país o mercado de alta renda, um segmento que se sente mal atendido pelas maiores instituições do mercado, segundo pesquisas contratadas pelo banco digital.

Plataformas de serviços financeiros estão acelerando o passo para tentar obter mais receitas por cliente, no momento em que investidores têm estado bem mais céticos em relação a negócios baseados em alto crescimento, dado o cenário de juros altos.

Nesse aspecto, o Carbon encaixa-se na estratégia mais recente dos bancos digitais de buscarem vender mais produtos por cliente, como de investimentos, seguros e crédito.

Veja também:  Bancos digitais rendem mais que a poupança?

Depois de formarem bases com dezenas de milhões de clientes durante os cerca de dois anos de restrições de contato social impostos durante a pandemia, bancos e fintechs têm sido forçados a moderar seus planos, em muitos casos demitindo parte de suas equipes.

O C6, formado por ex-executivos do BTG Pactual (BPAC11), chegou a demitir cerca de 60 pessoas no começo da pandemia, em 2020, mas voltou a reforçar o time e, hoje tem cerca de 3,8 mil funcionários, quase quatro vezes mais do que há dois anos.

Para o Carbon, o banco contratou cerca de 200 funcionários, vários no mercado de atendimento a clientes de alta renda, que tem entre as marcas mais conhecidas o Bradesco (BBDC4) Prime, o Personnalité, do Itaú Unibanco (ITUB4), e o Van Gogh, do Santander Brasil (SANB11).

“Até o primeiro trimestre de 2023, esse time deve dobrar”, disse Wey, ele mesmo um executivo egresso do Personnalité.

MUDANÇA DE POSTURA?

Plataformas digitais, com estrutura muito mais leve do que os bancos de varejo, estão gradualmente enxergando oportunidades de ampliar a base de clientes – e de fazer mais negócios com os atuais – ao terem unidades físicas.

A fintech Voltz, da Energisa (ENGI4), começou nos últimos meses a usar unidades de atendimento da distribuidora de energia para oferecer serviços como conta digital e cartões de crédito.

A startup de serviços contábeis para pequenas empresas, Contabilizei, recebeu em março um aporte de 60 milhões de dólares para, entre outros fins, inaugurar agências físicas em shopping centers.

As informações são da Reuters

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