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Santander Brasil pode ser o banco mais atingido pela crise do Covid-19

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Santander Brasil pode ser banco mais atingido pela crise do Covid-19

SÃO PAULO (Reuters) –  Santander Brasil (SANB11) pode ser banco mais atingido por crise do Covid-19, dizem analistas

Dentro de sua estratégia de crescer no varejo, o Santander Brasil passou a emprestar mais a indivíduos que seus principais concorrentes evitavam. Agora, com a desaceleração da economia brasileira, o banco tende a enfrentar maior inadimplência.

Os empréstimos de varejo representavam 61% da carteira de crédito do banco no fim de dezembro, uma alta de 17 pontos percentuais ante 2015, segundo cálculos do Goldman Sachs. “O forte crescimento nos empréstimos e a maior exposição aos consumidores colocam-no em uma posição relativamente mais arriscada”, afirmou o Goldman Sachs em nota a clientes.

As ações do Santander Brasil caíram 43% até agora este ano, em comparação com uma queda de 37% no Bradesco e uma retração de 35% no Itaú Unibanco.

 crise decorrente do coronavírus também deve desacelerar o crescimento do Santander Brasil, já que é entre seus rivais o que mais depende do crédito, disseram analistas do BTG Pactual. Para a maioria de seus rivais, tarifas e outros negócios, como seguros, possuem uma fatia mais relevante nas receitas.

Diante da crise, o banco também pode mudar de estratégia, aumentando os desembolsos a grandes empresas, que estão com apetite de crédito e, em algumas circunstâncias, dispostas a pagar juros mais altos, disse o BTG.

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Analistas do JPMorgan disseram aos clientes em relatório recente que o desempenho do Santander em 2020 dependerá em grande parte da duração das medidas de distanciamento social. “Se as paradas persistirem por muito tempo e o desemprego aumentar, o Santander Brasil poderá sofrer mais”, disseram eles.

A carteira de empréstimos para pequenas empresas do Santander também é mais sensível a inadimplência, escreveu o Credit Suisse em relatório e, dependendo dos calotes, pode vir a reduzir o lucro do banco entre 6% e 13% nos próximos 18 meses.

Ainda assim, em conversas privadas com analistas, os executivos do Santander Brasil reforçaram que a estratégia em curso é sólida. “A administração não está prevendo uma deterioração relevante nos resultados do banco na mesma magnitude que nós”, disseram analistas do UBS em nota.

O Brasil tem sido a maior fonte de resultado do grupo espanhol Santander, representando 28% do lucro líquido de 2019 do grupo. Também possui uma sólida base de capital, com 12,9% em capital principal nível 1.

O Santander Brasil não comentou se o banco pode enfrentar maior risco em sua carteira e afirmou que está em período de silêncio que antecede a divulgação de resultados em 28 de abril.

As informações são da Reuters. Por Carolina Mandl.

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