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Boicote faz dona da Havaianas perder R$ 150 milhões em valor de mercado

Mais do que um simples calçado, as Havaianas são consideradas um verdadeiro patrimônio cultural do brasileiro. No entanto, nem mesmo a “sandália de todo mundo” conseguiu escapar ilesa da intensa polarização política que divide o país. O que começou como uma campanha de marketing para o Ano Novo transformou-se, rapidamente, em uma crise de imagem com reflexos financeiros imediatos e severos.
A controvérsia, que dominou as redes sociais nos últimos dias, ultrapassou a barreira da internet e atingiu o bolso dos acionistas. Como resultado direto da reação popular, a Alpargatas — gigante controladora da marca — viu seu valor de mercado encolher drasticamente em questão de horas.
O Preço da Polêmica na Bolsa de Valores
O mercado financeiro, sempre sensível a crises de reputação, reagiu prontamente ao boicote convocado nas redes sociais. As ações da Alpargatas (ALPA4) registraram uma queda expressiva. Embora percentualmente possa parecer apenas uma oscilação, em números absolutos, o tombo é milionário.
De fato, estima-se que a empresa tenha perdido cerca de R$ 152 milhões em valor de mercado. Esse movimento de venda dos papéis reflete a insegurança dos investidores quanto ao impacto que a rejeição de uma parcela significativa dos consumidores pode ter nas vendas do próximo trimestre. Portanto, o episódio serve como um alerta claro sobre como o posicionamento de marca — intencional ou interpretado — pode afetar a saúde financeira de uma companhia aberta.
Um Trocadilho que Saiu Caro
O estopim da crise foi um comercial protagonizado pela atriz Fernanda Torres. No vídeo, a atriz utilizou um jogo de palavras, sugerindo que o público começasse o ano novo “com os dois pés”, em uma clara subversão da tradicional superstição de entrar “com o pé direito”.
Contudo, o que parecia ser apenas uma licença poética publicitária foi interpretado por políticos e influenciadores conservadores como uma mensagem política subliminar. Isso ocorre porque Fernanda Torres é historicamente conhecida por suas críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo apoio declarado ao presidente Lula.
Nesse sentido, a expressão “dois pés” foi lida por grupos de direita não como energia ou disposição, mas como uma afronta ideológica. Consequentemente, a hashtag de boicote ganhou tração, mobilizando milhares de consumidores a declararem que deixariam de consumir os produtos da marca.
O Efeito Cascata no Varejo: Havaianas a R$ 1
A revolta digital não demorou a se materializar no varejo físico. Um exemplo emblemático desse movimento ocorreu em Brusque, Santa Catarina. Motivada pelo boicote e pela insatisfação com a postura da marca, uma loja de calçados decidiu realizar uma “queima de estoque” simbólica.
O estabelecimento colocou pares de Havaianas à venda por apenas R$ 1. A ação, além de ser um protesto, gerou um efeito viral: o estoque foi liquidado rapidamente. Esse episódio ilustra, de forma prática, como o sentimento de rejeição pode afetar a cadeia de distribuição, pressionando lojistas que, muitas vezes, preferem se desfazer do produto a associar sua imagem a uma marca momentaneamente rejeitada por seu público-alvo local.
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