Criptomoedas
A Revolução das Criptomoedas: Transformando Vidas em Todo o Mundo
O que começou como um ativo financeiro de alto risco é hoje em dia usado em diversas partes do mundo para melhorar as condições de vida de populações de países um pouco por todo o mundo.
Passados 14 anos desde que a primeira Bitcoin foi minerada, o mercado de cripto moedas detém, hoje, um valor de $1.2 mil milhões e é utilizado por cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo.
Enquanto nos países desenvolvidos o cerco regulamentar se aperta em torno daquilo que é considerado, pelos governos, um ativo de risco, nos países em desenvolvimento as criptomoedas servem, diariamente, de boia salva-vidas para pessoas e governos encurralados em situações económicas desfavoráveis.
Nigéria: Uma Economia Que Não Pode Parar
A maior economia de África sofreu um duro golpe quando o preço do barril de petróleo caiu a pique, em Abril de 2020. A exportação de petróleo é responsável por 90% de divisas estrangeiras, bem como por mais de metade das receitas anuais do governo.
No final do primeiro ano de pandemia, a economia nigeriana contraiu-se em 1.2%, o preço do trigo aumentou 50% e a inflação atingiu o valor mais alto em 16 anos, 18.5%.
“Se os meus fornecedores aceitassem receber em Bitcoin eu podia pagar-lhes – e eles aceitaram.”
Sem acesso a dólares para fazer trocas internacionais, as empresas do país encontraram nas cripto moedas uma solução imediata e segura para continuar a fazer transações económicas com fornecedores no resto do mundo.
No entanto, apesar das cripto moedas terem permitido à Nigéria desafiar a perspetiva de 4% de contração da economia prevista pelo Banco Mundial, em Feveiro de 2021 o governo proibiu o uso de cripto moedas e suspendeu contas bancárias com transações associadas aos ativos digitais.
Para além de altamente impopular, a medida foi também largamente ineficaz. A inflação galopante, as medidas governamentais surpresa e a corrupção endémica tornaram o Naira e a sua versão digital, o eNaira, em moedas instáveis e de difícil acesso, pelo que, o uso de criptomoedas continuou a aumentar no país.
Rendido aos benefícios das moedas digitais descentralizadas para a atividade económica, o governo anunciou que irá regular as criptomoedas em 2023, revertendo a sua anterior posição.
Ilha de Curaçao: Finalmente Independente
O futuro da ilha de Curaçao sempre esteve nas mãos de países estrangeiros. Ao deixar de ser uma colónia Holandesa, o controlo do país passou para a Venezuela, cuja empresa petrolífera estatal, PDVSA, detém a única refinaria da ilha caribenha.
Numa tentativa de se tornar independente, o país procurou fazer do turismo o principal motor de atividade económica, mas quando a pandemia do SARS-CoV-2 levou à paragem brusca da economia mundial, o país entrou numa crise profunda.
Sem receitas de petróleo ou turismo para fazer face às despesas públicas, Curaçao redobrou os esforços para se tornar num paraíso fiscal de referência.
Apenas independente desde 2010, o país aderiu ainda a vários regimes jurídicos da União Europeia, em particular àqueles que regulam atividades de jogo online.
Reunidas as condições em Coraçau, regime de impostos favorável e regime jurídico europeu, para se tornar sede de casinos online, o governo tomou partido da expansão do mercado de cripto moedas e ofereceu licenças a investidores de online cripto casinos para se estabelecerem no país.
Atualmente, a ilha é a sede fiscal de cerca de 400 casas de apostas online como por exemplo a CoinSlotty, onde custos de abertura de atividade e licenças associadas permitiram aliviar as contas públicas do país e desenvolver uma nova estratégia para a economia centrada em princípios de circularidade, sustentabilidade e independência económica.
Líbano: Sobreviver Numa Economia Em Escombros
O Líbano vive há vários anos uma crise prolongada, fruto da má gestão de fundos públicos, crises políticas e corrupção.
A desconfiança da população face às relações de proximidade entre o governo e os bancos privados levou a que, desde cedo, os libaneses usassem as criptomoedas como alternativa ao sistema financeiro nacional para rentabilizar as suas poupanças.
Em Agosto de 2020, as explosões no Porto de Beirut provocaram centenas de mortos e milhares de desalojados, tendo causado danos no valor de $8.1 mil milhões e a desvalorização da libra libanesa em mais de 90%.
Para além de destruir a cidade, a tragédia deixou também a economia do país, já fragilizada, em escombros.
“É engraçado ouvir as pessoas dizer que as cripto não são reais porque o que descobrimos no Líbano é que as cripto são 100 vezes mais reais do que o dinheiro que temos no banco.”
Como muitos outros jovens libaneses, Ahmad encontrou um ganha-pão nas criptomoedas. A mineração de Bitcoin prolifera no país, facilitada pelo uso de petróleo subsidiado como fonte de energia.
Face à letargia do Estado Libanês, é o uso das criptomoedas pela população que permite, não só o alívio face à pobreza, como também esperança.
Brasil: Uma Revolução Financeira Digital E Inclusiva
Poucos anos depois de celebrar a saída do Mapa da Fome das Nações Unidas, fotografias de brasileiros famintos à procura de carne em resíduos de fábricas alimentar percorriam o mundo. A crise política de 2015 deu lugar a uma crise económica que, por sua vez, foi exacerbada pela pandemia.
O aumento do desemprego e inflação aumentaram o fosso entre pobres e ricos. Todos os índices que avaliam a desigualdade social pioraram, com a única exceção a ser o índice de inclusão financeira.
A adoção de criptomoedas pelos brasileiros levou a que o acesso a serviços financeiros pela população mais pobre – índice de inclusão financeira -aumentasse 25 pontos percentuais, de 57% para 82%.
O que começou inicialmente como uma forma de fazer face á inflação tornou-se um meio alternativo de obter rendimento. Hoje em dia, o Brasil é o sétimo país que mais utiliza moedas digitais no mundo.
A par da utilização das criptomoedas, os esforços do Banco Central do Brasil (BCB) para tornar a economia brasileira digital têm levado à inclusão financeira de partes da população que se encontravam fora do sistema.
O Pix, sistema de pagamentos digital lançado pelo BCB em 2020, tornou-se o meio de pagamento mais utilizado no país. Ao mesmo tempo o OpenFinance, outra iniciativa do banco central, está a democratizar o acesso ao crédito.
A simbiose entre governo e criptomoedas está a revolucionar o sistema financeiro brasileiro e a descobrir um horizonte mais inclusivo e democrático.
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