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Neoenergia vê lucro cair 18% no 2° tri por Covid, mas mantém investimento

SÃO PAULO (Reuters) – A Neoenergia (NEOE3), do grupo espanhol Iberdrola, viu o lucro do segundo trimestre recuar 18% na comparação anual, para 423 milhões de reais, principalmente com impactos do coronavírus em suas distribuidoras de energia, que tiveram queda em volumes e aumento na inadimplência em meio à pandemia.
No acumulado de 2020 até o final do primeiro semestre, os aportes alcançaram 2,3 bilhões de reais, com alta anual de 30%.
REEQUILÍBRIO
Apesar dos fortes impactos da crise do coronavírus, que reduziu em 8,95% o volume de energia injetada nas distribuidoras do grupo na comparação anual, a Neoenergia fechou o trimestre com alavancagem praticamente estável.
O indicador de endividamento, dado pela relação entre dívida líquida e o Ebitda de 12 meses, ficou em 3,07 vezes, ante 3 vezes no final de 2019. A receita operacional líquida também ficou estável, em quase 6,6 bilhões de reais.
Tagle alertou, no entanto, que a alavancagem deve ser pressionada nos próximos trimestres se a reguladora Aneel não avaliar em breve os pedidos das distribuidoras por um reequilíbrio econômico de seus contratos, levando em conta efeitos de médio prazo da pandemia sobre o setor.
O governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) trabalharam para viabilizar empréstimos às empresas de energia com vistas a aliviar a redução de caixa decorrente da Covid, mas demais pleitos do setor por um possível reequilíbrio contratual ficaram para análise em um segundo momento.
Por contrato, as concessionárias de distribuição têm direito de pleitear à Aneel uma revisão tarifária em caso de mudanças significativas nas condições de suas operações.
A Neoenergia defende que a agência poderia permitir às elétricas a contabilização em balanço de ativos que demonstrem que elas têm recursos a receber via tarifa no futuro, enquanto a aplicação na prática de eventuais reajustes necessários poderia acontecer depois, até para não pressionar os consumidores.
“Poderíamos fazer (a revisão de tarifas) em 2021, podemos fazer em 2022. Porque já vou conseguir mostrar no balanço minha solvencia, vou ter uma conta ´a cobrar´ no futuro mas já estará registrado”, defendeu Tagle.
Segundo ele, a companhia encerrou o trimestre com situação “tranquila” em termos de endividamento, mas sem uma solução para o equilíbrio contratual a alavancagem poderá ser pressionada nos próximos balanços, chegando perto de limites acordados com credores, os chamados “covenants”.
“A gente contabiliza (o Ebitda) acumulado de 12 meses para calcular o ‘covenant’, então agora estou colocando 3 meses muito ruins e 9 meses muito bons. Em setembro já vou colocar 6 meses ruins e 6 bons”, afirmou o CEO.
“Se o Ebitda cai muito, poderia ter um problema de ‘covenant’. Mas entedemos que a Aneel compreende essa situação e não quer criar um problema no setor.”
O executivo acrescentou que a Neoenergia pretende abrir todas suas informações para o regulador para comprovar os impactos que tem sofrido e a necessidade de revisão.
Tagle também lembrou que a Aneel já aprovou revisões tarifárias para reequilibrar as operações das distribuidoras no passado, incluindo em 2015, no governo da então presidente Dilma Roussef, árdua defensora de tarifas de energia baixas.
“Não vemos porque nessa circunstância absolutamente extraordinária, de caráter mundial, não seria feita. Foi feito em governos passados, para o cumprimento das regras contratuais e do arcabouço regulatório. Duvido que este governo vai ser o que vai furar essa regra.”
A Aneel aprovou em fevereiro de 2015 uma revisão extraordinária de faturas com impacto médio de quase 25%. As contas de luz encerraram aquele ano com avanço de cerca de 50%.
Por Luciano Costa
As informações são da Reuters
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