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Dólar supera R$5,50 e bate máximas em dois meses por correção externa
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar começou a semana em forte alta, rompendo uma resistência atrás da outra e superando 5,50 reais, nas máximas em dois meses, reflexo de ajuste negativo em ativos de risco no exterior por temores sobre a pandemia de Covid-19 e a recente alta nos juros de mercado nos Estados Unidos.
Às 9h29, o dólar à vista saltava 1,44%, a 5,4946 reais na venda, depois de alcançar 5,5003 reais (+1,54%) na máxima até o momento.
Na B3 (B3SA3), o dólar futuro de primeiro vencimento ganhava 1,31%, a 5,4950 reais. No pico, foi a 5,5030 reais, maior valor desde 13 de novembro.
O dia é de correção em vários ativos de risco, como bolsas, moedas emergentes e petróleo, depois de uma escalada recente que levou as duas primeiras classes de ativos a patamares recordes.
“Após uma primeira semana do ano de forte valorização, a sessão desta segunda-feira é de queda para as principais bolsas internacionais. Além de um movimento natural de realização, investidores monitoram a aceleração dos casos de coronavírus e a reta final do governo Trump”, disse o BTG Pactual (BPAC11) digital.
O número global de casos de Covid-19 ultrapassou 90 milhões, segundo contagem da Reuters, com os Estados Unidos contabilizando recordes de mortes diárias e variantes descobertas inicialmente no Reino Unido e na África do Sul se espalhando rapidamente.
O índice do dólar frente a uma cesta de moedas tinha alta de 0,21%, para 90,496, dando sequência à correção dos últimos dias. A moeda saltava entre 0,8% e 1,2% contra peso mexicano, rand sul-africano e lira turca, pares do real.
O índice já subiu 1,5% em cinco dias, desde que bateu uma mínima em quase três anos. O rali coincidiu com um salto nos rendimentos dos Treasuries –títulos do Tesouro norte-americano–, influenciado por expectativas de que mais liquidez possa gerar inflação.
“Se essa abertura de taxas ganhar velocidade e magnitude, a história pode mudar de figura e se tornar negativa para ativos de risco. Isso ainda não ocorreu e pode não ser o cenário-base. Todavia, juros mais altos criam uma restrição à queda do dólar”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.
(Por José de Castro)
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