Dinheiro
BYD prevê falências na China apesar de carros elétricos mais baratos


A maior fabricante de veículos elétricos do mundo, a chinesa BYD, acendeu um sinal de alerta que pode mudar os rumos da mobilidade global. Em comunicado recente, a companhia destacou que o fim dos subsídios estatais na China intensificou uma guerra de preços que ameaça levar inúmeras montadoras à falência. O alerta, feito pela vice-presidente executiva Stella Li, repercute não apenas dentro do país, mas em toda a indústria automotiva.
O fim dos subsídios e a nova realidade
Por mais de uma década, a China sustentou o crescimento acelerado dos carros elétricos com incentivos fiscais e descontos robustos. Só que, com a retirada desses apoios, muitas montadoras ficaram expostas a um cenário brutal de competição. Para manter espaço no mercado, empresas reduziram preços de forma agressiva, comprometendo suas margens e aumentando o risco financeiro.
Ainda assim, a BYD manteve vantagem. Com escala de produção, tecnologia própria de baterias e novos sistemas, como o God’s Eye, a empresa consegue oferecer mais inovação com preços mais baixos. Isso coloca concorrentes em posição delicada, especialmente aquelas que ainda dependem de tecnologias antigas.
Estoque encalhado
Outro problema apontado pela montadora é o excesso de estoque. Modelos antigos perderam atratividade com a chegada de veículos mais modernos e tecnológicos, forçando concessionárias a oferecer descontos cada vez mais agressivos. Esse ciclo de liquidações reduz ainda mais as margens e acelera as dificuldades financeiras de quem já estava fragilizado.
De acordo com Stella Li, empresas que resistem a inovar ou que não conseguem acompanhar a velocidade da transformação tecnológica correm sério risco de desaparecer nos próximos anos.
Um processo de consolidação em andamento
Para especialistas, o setor caminha para uma consolidação inevitável. Apenas as montadoras mais fortes, com capacidade de inovação e caixa robusto, terão condições de sobreviver. As demais podem enfrentar a mesma trajetória de gigantes de outros setores chineses, como a Evergrande, que se tornou símbolo de uma expansão baseada em crédito fácil e acabou em crise.
Vale lembrar que a China é, hoje, o maior mercado de veículos elétricos do planeta. Por isso, uma onda de falências não afetaria apenas o país, mas poderia provocar reflexos na cadeia global de produção de baterias, semicondutores e insumos estratégicos. O impacto poderia ser sentido inclusive em países emergentes, onde a demanda por elétricos começa a acelerar, como mostra o avanço do setor no Brasil.
Warren Buffett não investe mais na BYD
O alerta da BYD ganhou ainda mais relevância depois que Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo, encerrou totalmente sua posição na empresa no início de 2025. Buffett havia investido na montadora em 2008 e lucrou mais de dez vezes desde então. Só que, diante do excesso de oferta, das práticas contábeis questionáveis de algumas rivais e da dependência de incentivos governamentais, ele decidiu zerar a posição.
O movimento de Buffett foi visto como um sinal de cautela para o setor. Ele não enxerga mais margem de segurança em um mercado que pode estar entrando em uma fase de correção dura e inevitável. Como disse um analista chinês, “o risco agora não é se haverá falências, mas quantas e quais empresas vão resistir”.
Um futuro em disputa
O cenário atual aponta para uma disputa desigual. A BYD segue crescendo, apoiada em tecnologia própria, produção em larga escala e preços competitivos. Ainda assim, enfrenta o desafio de manter margens sustentáveis em um ambiente cada vez mais agressivo. Do outro lado, dezenas de montadoras menores já mostram sinais de fragilidade, sem condições de enfrentar uma batalha tão intensa.
Para o consumidor, esse movimento pode significar preços mais acessíveis no curto prazo, mas também menos opções no médio prazo, à medida que marcas desaparecem. Para a economia global, trata-se de uma mudança estrutural no coração do maior mercado de mobilidade elétrica do mundo.
O recado da BYD é direto: a era dos incentivos acabou e apenas quem tiver capacidade de inovar e resistir à pressão sobreviverá. O setor automotivo chinês, que já ditava tendências mundiais, pode estar prestes a viver sua fase mais dura de seleção natural.
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