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Bancos digitais no Brasil podem estar perto da hora da verdade

Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) – Após anos de efervescência, os bancos digitais podem estar perto de uma prova de fogo no Brasil, uma vez que a expansão da base de clientes começa a perder força e investidores passam a cobrar rentabilidade.
Segundo o Bank of America, downloads de apps de bancos e carteiras digitais no país caíram em setembro pela primeira vez desde 2015. Sete dos 10 maiores neobancos viram a base de usuários ativos cair na comparação com agosto.
Sem novos catalisadores à vista para seguir apostando tudo em crescimento, as fintechs vêm se movendo para engajar e rentabilizar sua base, transição que, segundo especialistas, tende a reduzir o número de concorrentes.
Desde o surgimento do Nubank, em 2013, o país já contabiliza mais de 700 plataformas digitais de serviços financeiros que incluem pagamentos, seguros, empréstimos, gestão de caixa, investimentos, câmbio e previdência privada, entre outros.
De carona na inovação tecnológica e regulatória e num volume formidável de investimentos, as fintechs captaram dezenas de milhões de desbancarizados e clientes insatisfeitos com bancos tradicionais. Só o PicPay, maior carteira digital do país, superou 55 milhões de usuários em setembro, quase o dobro de um ano antes. O Nubank superou 40 milhões de clientes em maio.
Muito dessa evolução recente é explicada pela pandemia. No começo de 2020, quando veteranos da indústria financeira já previam uma desaceleração das fintechs, o isolamento social forçado pela Covid-19 provocou justamente o contrário. Só a Caixa Tem, braço digital da Caixa Econômica Federal criado pelo governo para distribuir auxílio emergencial a pessoas mais afetadas pela crise, absorveu mais de 100 milhões de cadastros.
Além disso, a entrada em vigor do sistema instantâneo de pagamentos PIX e do open banking deu outra guinada no setor. Com isso, os aportes em fintechs no Brasil bateram recordes.
Porém, especialistas na indústria de capital de risco avaliam que fatores que motivaram esse movimento podem estar prestes a sair de cena. Um deles é a perda de ímpeto do crescimento da base de clientes. O outro é o fim do dinheiro barato, a ser precipitado por um ciclo de alta de juros nos Estados Unidos e na Europa. Juntos, podem indicar que chegou a hora de virar a chave.
“A liquidez mundial ampliou o balão de oxigênio de várias fintechs na América Latina, inclusive de algumas que não têm ido tão bem”, afirmou Guilherme Horn, diretor de estratégia e inovação do banco BV. “Isso pode estar prestes a mudar.”
Mudar, no caso, não significa ainda que as torneiras vão se fechar. Pelo menos por enquanto. Na verdade, um estudo recente da empresa de investimentos Atlantico estimou que aportes em startup latinoamericanas devem superar 20 bilhões de dólares neste ano, quase quatro vezes o captado em 2020, com 40% disso indo para bancos digitais no Brasil.
Segundo o sócio da Atlantico Julio Vasconcellos, a percepção dominante é de que ainda há oportunidades na região em serviços ainda poucos explorados, como seguros, moedas digitais, crédito imobiliário e ecommerce.
Porém, os recursos deve ser progressivamente canalizados para ativos que se mostrarem mais viáveis, que indiquem chances maiores de que vão dar lucro. No primeiro semestre, cerca de 80% do dinheiro aplicado em fintechs no Brasil vieram para Nubank, C6 e Neon, segundo os dados da Atlantico.
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As informações são da Reuters
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