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Petrobras (PETR4) volta aos velhos tempos e anuncia prejuízo de R$ 17,04 bilhões no 4º trimestre
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A Petrobras (PETR4) concluiu o último trimestre de 2024 com um resultado negativo de R$ 17,04 bilhões em seu balanço líquido, uma mudança drástica frente ao ganho obtido nos três meses anteriores. Esse desempenho frustrou as previsões do mercado, que, conforme o consenso LSEG, esperava um resultado positivo de R$ 29,9 bilhões.
Culpa do câmbio
A estatal atribuiu esse revés, em grande medida, à oscilação do câmbio, um fator puramente contábil que não afeta diretamente sua liquidez. Outro ponto foi o aumento das reservas para despesas operacionais, embora esse impacto tenha sido parcialmente equilibrado por uma menor carga de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (IR/CSLL). Sem esses elementos excepcionais, a companhia teria fechado o período com um ganho de R$ 17,7 bilhões.
Fernando Melgarejo, responsável pelas finanças e pela relação com investidores, destacou que a queda do real em transações internas entre empresas do grupo pesou no resultado. “Esses movimentos criam efeitos contrários que, no final, se compensam economicamente. A desvalorização impacta o lucro líquido aqui no Brasil, mas, por outro lado, fortalece o patrimônio”, esclareceu.
Ao longo de 2024, a Petrobras acumulou um lucro de R$ 36,6 bilhões, valor que reflete uma redução de 70,6% em relação aos R$ 124,6 bilhões de 2023 – quando a empresa alcançou o segundo maior lucro de sua trajetória. O fluxo de caixa operacional no ano chegou a R$ 204 bilhões. Mesmo com o tropeço no trimestre, a diretoria assegurou R$ 9,1 bilhões em dividendos aos acionistas, sinalizando confiança na gestão.
No campo dos investimentos, a companhia destinou US$ 16,6 bilhões em 2024, um crescimento de 31% ante o ano anterior, com ênfase em iniciativas no pré-sal, como os projetos em Búzios e a recuperação do campo de Marlim. No quarto trimestre, os desembolsos somaram US$ 5,7 bilhões, dos quais US$ 4,9 bilhões foram aplicados em Exploração e Produção. Em contrapartida, a receita líquida do período recuou 9,7%, atingindo R$ 121,268 bilhões, e o Ebitda ajustado caiu 38,7%, ficando em R$ 40,96 bilhões.
Despesas saltaram
As despesas operacionais saltaram para R$ 43,081 milhões no 4T24, um aumento de 31,9% frente ao mesmo intervalo de 2023, puxado por custos ligados à adesão à Transação Tributária. Apesar de pressionar as finanças, essa decisão encerrou litígios fiscais de grande porte, trazendo mais segurança ao caixa, segundo a liderança. O fluxo de caixa livre do trimestre foi de R$ 21,703 bilhões, 35,7% menor que no ano anterior, enquanto a dívida líquida cresceu 16,9%, alcançando US$ 52,240 bilhões ao final de dezembro.
Para 2025, a Petrobras prevê manter os investimentos em US$ 18,5 bilhões, com margem de ajuste de até 10% para mais ou menos, reforçando sua aposta na ampliação e renovação de suas atividades.
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