Dinheiro
Dólar supera R$5,13 com temores políticos domésticos; mercados aguardam Fed

Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar devolveu perdas iniciais e passava a subir em relação à moeda brasileira nesta terça-feira, chegando a superar o patamar de 5,13 reais à medida que os operadores monitoravam o clima político tenso em Brasília e aguardavam a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
Às 10:17, o dólar avançava 0,73%, a 5,1255 reais na venda, depois de subir a 5,1333 reais na máxima do dia. Mais cedo, nos primeiros minutos de pregão, a moeda chegou a cair para 5,0757 reais.
O principal contrato de dólar futuro tinha alta de 0,76%, a 5,145 reais.
“O comportamento dos ativos financeiros no Brasil continua refletindo o cenário político, em especial, o desenrolar da CPI da pandemia”, explicaram em nota analistas da Genial Investimentos. “As denúncias de corrupção na compra de vacinas têm se constituído em um importante fator de incertezas.”
O governo de Jair Bolsonaro está envolto em suspeitas referentes a compras de vacinas e, com isso no radar, a CPI dá andamento aos depoimentos ao ouvir nesta terça-feira a servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos no Ministério da Saúde que autorizou a compra do imunizante indiano Covaxin.
Na semana passada, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para investigar suposto crime de prevaricação de Bolsonaro.
Com o governo sob pressão cada vez maior, vários investidores começavam a voltar sua atenção para as eleições presidenciais de 2022, ressaltando que uma disputa polarizada entre candidatos enxergados como populistas pelos agentes do mercado tenderia a elevar a cautela.
Uma pesquisa CNT/MDA, divulgada na segunda-feira, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vence Bolsonaro nas simulações de primeiro e segundo turnos da eleição do ano que vem, indicando também uma forte rejeição ao atual presidente.
No exterior, o dólar apresentava leves altas contra divisas emergentes pares do real.
O foco dos mercados internacionais estava na ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que será divulgada na quarta-feira e pode oferecer pistas sobre quando e como o banco central norte-americano reduzirá seu estímulo e elevará os juros. Qualquer sinalização mais “hawkish”, ou dura com a inflação, pode beneficiar o dólar, dizem especialistas.
Além disso, analistas do Bradesco (BBDC4) afirmaram em nota que “preocupações com os impactos da variante Delta do coronavírus sobre o processo de reabertura da economia global pesam sobre os negócios nesta manhã”.
A cepa Delta é altamente transmissível e tem elevado a cautela dos investidores nos últimos dias, principalmente devido à disparada de casos em países asiáticos. Ocorrências dessa variante já foram identificadas no Brasil.
Na segunda-feira, a moeda norte-americana à vista subiu 0,72%, a 5,0885 reais na venda, máxima desde 11 de junho (5,1207 reais).
O dólar já tem alta de 4,15% contra o real desde que tocou uma mínima em mais de um ano para encerramento, de 4,9062 reais, em 24 de junho. Mas, no acumulado de 2021, a moeda segue em território negativo, com queda de 1,6%.
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