C6 Bank levanta R$ 1,3 bi em captação

Lançado há cerca de um ano e meio, o C6 Bank, fundado por ex-executivos do BTG Pactual, acaba de levantar R$ 1,3 bilhão em sua nova rodada de investimento, com 40 investidores privados. Com a forte injeção de recursos no caixa, o banco digital quer dar mais ritmo à trajetória de expansão e fortalecer sua plataforma de investimento, em um momento em que o número de investidores no Brasil vem crescendo rapidamente por conta do ambiente de juros baixíssimos.

No horizonte de 12 meses, se o crescimento seguir a passos largos, o banco poderá encerrar 2021 com o capital aberto, ou no Brasil, ou nos Estados Unidos – destino, muitas vezes, de empresas ligadas à tecnologia.

Com o novo aporte, que será realizado por meio da emissão de ações ordinárias, o C6 Bank passou a ser avaliado em R$ 11,3 bilhões. O banco Inter, que é o único banco digital listado na B3 hoje, tem um valor de mercado de R$ 19 bilhões. O Credit Suisse atuou como assessor financeiro da operação e foi um dos 40 investidores, apurou o Estadão. O restante do capital veio de investidores pessoas físicas e famílias brasileiras.

“Isso nos abre o caminho para continuar crescendo. O aporte será para suportar nossas operações e investimentos que fazemos para a atração dos clientes, novos produtos, outras áreas inerentes ao banco e a plataforma de investimento”, afirma o presidente do C6 Bank, Marcelo Kalim. O investimento ocorre em um momento de grande competição no setor financeiro, com os bancos tradicionais sendo desafiados pelas fintechs e bancos digitais, como o C6.

O executivo, que saiu do BTG Pactual para fundar o C6, comenta que o próximo passo para dar mais robustez ao banco, na frente de investimentos, será dar acesso aos clientes a produtos de investimento diretamente no exterior. Em janeiro, serão acoplados alguns fundos internacionais, mas a ideia é permitir ao cliente a compra também de ações diretamente de Bolsas estrangeiras, o que deve ocorrer até o fim do primeiro semestre. O C6 já possui a conta global, com saldo em dólar.

Desempenho. A instituição financeira fechou 2019 com um milhão de contas abertas, número que já subiu para 4 milhões. Para 2021, o objetivo é ao menos manter esse ritmo, mas Kalim não abre a meta interna de crescimento.

O aporte de R$ 1,3 bilhão fechado com um grupo de investidores foi o segundo que o C6 fez com novos investidores, ou seja, fora do grupo dos fundadores. O primeiro foi no valor de R$ 525 milhões e concluído em julho.

“Quando precisarmos de mais capital a alternativa lógica será a abertura de capital. Se a janela estiver aberta como está agora, olhar para 12 meses é um bom horizonte”, afirma Kalim.
Além das quatro milhões de contas abertas, o banco tem cerca de R$ 5,3 bilhões em ativos totais. Já a carteira de crédito, somando pessoas físicas e jurídicas, ultrapassa os R$ 4 bilhões.

O volume transacionado na sua plataforma de pagamentos, o que inclui serviços de adquirência (captura de transações de pagamento) e outras soluções de pagamento para varejistas, atinge R$ 1,5 bilhão por mês.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Esta notícia foi publicada em 3 de dezembro de 2020

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