CSN autoriza IPO da unidade de mineração

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – A ação da CSN (CSNA3) subia cerca de 5% nesta segunda-feira, após o conselho de administração autorizar a companhia a tomar as medidas necessárias para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua unidade de mineração, para financiar projetos de expansão para exploração completa do potencial de suas reservas e recursos.

Em fato relevante, a CSN comunicou que o conselho aprovou na última sexta-feira novo plano de negócios da controlada CSN Mineração (CMIN) e autorizou seus diretores a tomarem as medidas necessárias para a realização de IPO da unidade, com o objetivo de financiar parte do plano de negócios.

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No final de julho, em teleconferência sobre o resultado do segundo trimestre, executivos da companhia voltaram a citar o IPO da unidade de mineração com uma das possíveis iniciativas para reduzir endividamento.

Por volta das 10:25, as ações da CSN tinham alta de 5,12%, a 17,24 reais, entre os poucos papéis em alta do Ibovespa, que caía 1,9%. Na máxima até o momento, a ação chegou a 17,26 reais, maior cotação intradia desde julho de 2019.

“A listagem da unidade de mineração da CSN tem tudo para ser um sucesso. Será um ‘player puro´ de minério de ferro, com logística integrada, em um mercado que há restrições de oferta e muita demanda, principalmente da China”, afirmou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.

Ele acrescentou que os preços do minério de ferro nestes últimos meses colaboram com a tese de crescimento da China por meio de investimento em infraestrutura e construção de imóveis como política anticíclica.

Na visão do analista Pedro Galdi, da Mirae Asset, a operação também acaba sendo importante para a CSN normalizar sua estrutura de capital. “Pela qualidade do ativo, deve registrar grande interesse dos investidores”, acrescentou.

PROJEÇÕES

A CSN também divulgou nesta segunda-feira atualização de suas projeções, incluindo estimativa de atingir alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 2,99 vezes no fechamento do balanço anual de 2020.

Para analistas do Itaú BBA, essa previsão implica dívida de 29,2 bilhões de reais no final do ano, de 33,1 bilhões de reais no final do segundo trimestre.

No final de julho, executivos também previram que a relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado, de 5,17 vezes no segundo trimestre, iria cair para abaixo de 3,75 vezes até o fim de 2020, recuando a 3 vezes no fim do próximo ano.

A companhia ainda prevê atingir lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de aproximadamente 9,75 bilhões de reais para 2020 e calcula investimentos (capex) de aproximadamente 1,50 bilhão de reais neste ano.

“Acreditamos que esses números sejam mais fortes do que o mercado espera atualmente”, afirmou a equipe do Itaú BBA em nota a clientes, destacando que a previsão do Ebitda está 9,5% acima de suas projeções

“Vale ressaltar que a CSN gerou Ebitda de 3,25 bilhões de reais no primeiro semestre de 2020, o que implica um desempenho muito forte com Ebitda de 6,5 bilhões no segundo semestre, o que se traduziria em forte geração de fluxo de caixa livre.”

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Esta notícia foi publicada em 21 de setembro de 2020

Reuters:

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