O presidente disse que há pressão pela volta do auxílio emergencial …
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira acreditar que haverá uma prorrogação do auxílio emergencial, embora não tenha detalhado os valores e quem serão os beneficiários da nova etapa da ajuda encerrada no fim do ano aos chamados vulneráveis atingidos pela pandemia do novo coronavírus.
“Eu acho que vai ter, vai ter uma prorrogação”, disse ele, em entrevista ao programa Brasil Urgente, do jornalista José Luiz Datena.
Bolsonaro disse que a primeira etapa do auxílio gerou um endividamento público da ordem de 300 bilhões de reais e ressaltou que um novo pagamento tem um custo, sendo que o ideal seria a economia voltar ao normal.
“A questão do auxílio emergencial, não vamos fugir dele. Estamos em dificuldades? Estamos. Grande parte da população, está, é mais um endividamento, mas, se você não fizer com responsabilidade isso, você acaba tendo desconfiança do mercado, aumenta o valor do dólar… vira uma bola de neve”, avaliou.
O presidente disse que há pressão pela volta do benefício, mas está sendo estudado uma “linha de corte”. “Foram 68 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial, até quando a gente pode bancar isso daí?”, questionou.
ADMISSÃO
Pouco antes da entrevista, o presidente havia admitido publicamente que o governo está negociando a retomada do auxílio ou algum tipo de ajuda financeira a pessoas que ficaram desamparadas durante a pandemia do novo coronavírus.
“Estamos negociando com Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes, (Rogério) Marinho, entre outros, a questão de um auxílio ao nosso povo que está ainda em uma situação bastante complicada”, disse Bolsonaro.
“Sabemos que estamos, Paulo Guedes, no limite do nosso endividamento e devemos nos preocupar com isso”, emendou.
“Temos um cuidado muito grande com o mercado, com os investidores e com os contratos, que devem ser respeitados. Nós não podemos quebrar nada disso, caso contrário não teremos como garantir que o Brasil será diferente lá na frente”, destacou ele.
Bolsonaro que desde o ano passado vinha se posicionando contrariamente à prorrogação do auxílio emergencial, encerrado em dezembro fez esse aceno público do retorno do benefício em cerimônia no Palácio do Planalto da qual participaram os novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Lira e Pacheco vem defendendo a retomada do benefício desde a campanha para a sucessão das Casas Legislativas.
O presidente do Senado afirmou em entrevista à GloboNews que espera uma solução para a questão do auxílio ainda nesta semana e evitou condicionar a ajuda à votação de medidas de ajuste fiscal.
Esta notícia foi publicada em 8 de fevereiro de 2021