Conhecida por fazer agressivas aquisições que a tornaram uma gigante de R$ 200 bilhões em faturamento, a JBS (JBSS3) fez ontem um anúncio histórico no grupo. Ela pode dobrar a Seara de tamanho, a empresa vai investir R$ 8 bilhões no Brasil ao longo dos próximos anos.
Em entrevista ao Valor, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou que os investimentos serão destinados, em grande parte, à ampliação da capacidade de produção de frango, suínos e alimentos processados.
De acordo com Tomazoni, os granjeiros investirão mais R$ 5 bilhões até 2024. Com isso, o projeto de expansão da JBS no país injetará R$ 13 bilhões na economia.
O executivo disse apenas que a expansão criará 25 mil empregos diretos e, potencialmente, 100 mil vagas indiretas. Atualmente, a Seara emprega 75 mil funcionários.
Os aportes devem aproximar a Seara, que é a segunda principal agroindústria de aves e suínos do país, da líder BRF, dona de Sadia e Perdigão, que fatura em torno de R$ 35 bilhões por ano.
Do ponto de vista fabril, os investimentos da JBS serão pulverizados geograficamente, disse Tomazoni. As unidades que tiverem potencial para serem ampliadas receberão os aportes. No caso da Seara, que receberá a maior parte dos R$ 8 bilhões,
Ao Valor, Tomazoni fez questão de frisar que os investimentos estão desvinculados da demanda provocada pela epidemia de peste suína africana, que dizimou o plantel chinês. “Não dava para fazer um investimento desse porte pensando na China”, argumentou. A lógica é que, ao longo de cinco anos, os chineses já terão debelado a crise na suinocultura.
No caso dos granjeiros, a avaliação de Tomazoni é que, com a queda da Selic, é viável tomar recursos junto aos bancos privados para expandir a atual capacidade. A importância dos subsídios ficou menor, disse.
Fonte: Valor Econômico.
Esta notícia foi publicada em 5 de dezembro de 2019