Ibovespa sofre maior retração desde 1998 e já recua mais de 40% em 2020

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, sem conseguir sustentar os ganhos registrados em boa parte da sessão, conforme a volatilidade nos mercados acionários globais permanece bastante elevada diante do contínuo aumento dos casos de Covid-19 no mundo, com mais de 10 mil mortes já registradas.

Nem os anúncios de estímulos monetários e fiscais por vários países têm conseguido frear as vendas nas bolsas mundiais.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,85%, a 67.069,36 pontos, tendo alcançado 72.247,43 pontos na máxima da sessão e 66.120,06 pontos no pior momento. O volume financeiro somou 32,79 bilhões de reais,

Na semana, o Ibovespa acumulou uma perda de 18,88%, pior resultado desde a semana encerrada em 10 de outubro de 2008. Foi a quinta queda semanal consecutiva, ampliando as perdas em 2020 para 42%.

“A incerteza econômica trazida pelos seguidos ‘lockdowns’ mundo afora faz com que o horizonte de investimentos de todos seja reduzido ao máximo”, destacou a equipe da Verde Asset em carta nesta sexta-feira, citando, porém, que já viu crises semelhantes em 2008 e outros anos e que esta é a oportunidade.

“Teremos impactos econômicos sérios. Mas para nós, a correção dos mercados mais do que reflete tais impactos”, disse a equipe de Luis Stuhlberger, que vê a combinação de distanciamento social e tratamentos para o Covid-19 com as medidas fiscais e monetárias anunciadas “como uma ponte capaz de atravessar o período de volatilidade atual”.

No exterior, o londrino FTSE 100 fechou a sexta-feira em alta de 0,76%, mas o norte-americano S&P 500 recuou 4,3%. Wall Street firmou-se no vermelho após o Estado de Nova York ordenar que todos os trabalhadores de serviços não essenciais fiquem em casa para conter a propagação do vírus.

DESTAQUES

  • BRADESCO (BBDC4) desabou 7,28%, pesando no Ibovespa, assim como ITAÚ UNIBANCO (ITUB4), que caiu 3,5%, em meio ao cenário de menor crescimento do país, além da aversão a risco. BANCO DO BRASIL (BBAS3) cedeu 3,79%, também abandonando a tentativa de recuperação da primeira etapa do pregão.
  • VALE (VALE3) cedeu 3,32%, contaminada pela deterioração no mercado como um todo, apesar do avanço dos contratos futuros de minério de ferro negociados na China, com otimismo de que Pequim aumente os gastos em projetos de infraestrutura para sustentar a segunda maior economia do mundo que foi atingida pela epidemia de coronavírus.
  • PETROBRAS (PETR4) desvalorizou-se 1,72%, abandonando a alta do começo do pregão e sucumbindo à queda nos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS (PETR4) recuou 1,85%. A companhia informou nesta sexta-feira a postergação do recebimento de ofertas vinculantes nos desinvestimentos em refino e seus respectivos ativos logísticos, em função das medidas de prevenção ao coronavírus.
  • GOL(GOLL4) e AZUL (AZUL4) avançaram 16,48% e 15,29%, respectivamente, no segundo pregão seguido de alta, amparadas em medidas para o setor de aviação civil, além de ações das próprias companhias e queda do dólar ante real. Até a quarta-feira, os papéis acumulavam perdas de mais de 80% cada em 2020. SMILES, controlada pela Gol e que também sofreu bastante nos últimos dias, subiu 11,64%.
  • LOJAS RENNER ON caiu 6,32% nesta sessão, após anunciar o fechamento, por tempo indeterminado, de todas suas lojas físicas de Brasil, Uruguai e Argentina, em shoppings ou em ruas.
  • EMBRAER ON recuou 12,95%, em meio a ruídos sobre o acordo de venda do controle de sua divisão de aviação comercial para a Boeing, além da queda do dólar ante o real nesta sessão.
  • SABESP ON fechou em baixa de 8,62%, ainda sob efeito do anúncio do governo de São Paulo de que a companhia vai suspender a cobrança da tarifa social de água para 506 mil famílias carentes no Estado. A medida vale a partir de 1º de abril.

As informações são da Reuters

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Esta notícia foi publicada em 20 de março de 2020

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