Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) – O principal índice da bolsa brasileira subia nesta quarta-feira, diante da disparada das ações nos Estados Unidos, com expectativa pelo tom a ser adotado pelo Federal Reserve Fed em sua decisão de política monetária mais tarde.
No Brasil, o mercado digere os dados do índice de preços IPCA-15, visto como uma prévia da inflação brasileira, que subiu 0,58% em janeiro ante dezembro, segundo o IBGE, acima da expectativa em pesquisa da Reuters com economistas de avanço de 0,43%.
Os papéis de empresas exportadoras de commodities davam impulso ao índice local de ações, enquanto as ações de Bradesco e Itaú Unibanco eram as principais pressões negativas.
Às 11:38, o Ibovespa subia 1,53%, a 111.889,35 pontos. O volume financeiro era de 8,3 bilhões de reais.
As atenções dos mercados globais estão voltadas para a decisão do Fed, o banco central norte-americano, nesta quarta-feira, às 16 horas (horário de Brasília). A expectativa é que a instituição sinalize no comunicado planos de elevar a taxa de juros do país em março, em meio à alta da inflação no país.
O presidente do Fed, Jerome Powell, dará entrevista à imprensa meia hora depois da divulgação do comunicado.
Em compasso de espera, os principais índices de ações norte-americanos subiam firme, após queda das bolsas em Wall Street na véspera e desempenho negativo nas últimas semanas.
O otimismo no exterior ajudava a alavancar o Ibovespa, que caminhava para sua segunda alta consecutiva, estendendo ganhos da véspera e de 2022. Analistas vêm mencionando a entrada de fluxo estrangeiro como uma das principais influências positivas ao índice local recentemente.
A alta desta quarta-feira ocorre apesar de o IPCA-15 ter vindo acima do esperado pelo mercado, enquanto por outro lado, o índice de preços avançou ao nível mais baixo desde maio do ano passado e desacelerou frente à alta de 0,78% em dezembro.
Além disso, o Banco Central divulgou mais cedo que o Brasil teve déficit em transações correntes de 5,891 bilhões de dólares em dezembro, melhor que o déficit de 6,5 bilhões de dólares esperado por analistas.
DESTAQUES
Petz (PETZ3) disparava 8,3%, após anunciar aquisição da empresa de tapetes higiênicos Petix, em transação que pode alcançar 70 milhões de reais.
Vale (VALE3) subia 1,9% e Gerdau PN (GGBR4) avançava 2%, após o minério de ferro ganhar mais de 3% na China, sustentado por preocupações com a oferta.
Petrobras PN (PETR4) e ON subiam 2,7% e 2%, respectivamente, com ambos os papéis alcançando a quinta alta consecutiva. Petróleo avançava em meio à oferta apertada e tensões geopolíticas.
Méliuz SA (CASH3) subia 5,1%, Locaweb (LWSA3) avançava 3,1% e TOTVS (TOTS3) ganhava 4,9%.
Banco do Brasil (BBAS3) tinha queda de 1,1%, Itau PN (ITUB4) caía 1% e Bradesco PN (BBDC4) cedia 0,7%, enquanto Santander Unit (SANB11) recuava 0,4%.
Suzano (SUZB3) caía 0,7%, sexta queda consecutiva.
Cyrela (CYRE3) avançava 3,7%, MRV (MRVE3) ganhava 3,5%, JHSF ON (JHSF3) subia 3,4% e Eztec (EZTC3) ON tinha alta de 2,7%.
Natura (NTCO3) avançava 5%, enquanto Magalu (MGLU3) subia 3,3%.
Informações Reuters
Esta notícia foi publicada em 26 de janeiro de 2022