Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) – O Banco Bradesco divulgou nesta quinta-feira uma queda de 40,1% no lucro do segundo trimestre com o aumento de provisões multibilionárias para créditos de liquidação duvidosa.
O segundo maior banco privado do país teve um lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, de 3,873 bilhões de reais contra 6,462 bilhões de reais no ano anterior e também 10,3% abaixo da estimativa média de 4,316 bilhões de analistas consultados pela Refinitiv .
O banco reservou 3,8 bilhões de reais e 747 milhões de reais em provisões extraordinárias para enfrentar as perdas esperadas com empréstimos e seguros relacionados à pandemia de Covid-19, respectivamente.
No primeiro trimestre, o Bradesco já havia provisionado 2,7 bilhões de reais para possíveis perdas com crédito.
A mais recente ação do Bradesco indica que o banco prevê perdas decorrentes da crise de coronavírus maiores do que o inicialmente calculado por seus gestores.
As provisões para perdas com operações de crédito aumentaram 155% em relação ao mesmo período ano anterior, para 8,9 bilhões de reais.
A receita de tarifas também foi pressionada pelas medidas de isolamento social, caindo 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e do primeiro trimestre, principalmente pela queda nos pagamentos com cartão.
Ainda assim, a demanda de grandes empresas impulsionou um aumento de 0,9% em sua carteira de empréstimos em três meses, apesar da queda no estoque de crédito ao consumidor, aumentando a margem financeira em 15,3%.
O Bradesco mostrou que tem tentado enfrentar a crise através do corte de custos, uma vez que as despesas operacionais caíram 2,5% ante o primeiro trimestre. O banco fechou 233 agencias.
O retorno sobre o patrimônio, um barômetro de lucratividade, caiu 8,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, para 11,9%, mas ficou praticamente em linha com o primeiro trimestre.
Esta notícia foi publicada em 30 de julho de 2020