Por Gabriel Codas
Investing.com – Na parte da manhã desta terça-feira, as ações da AES Tietê e da Eneva (ENEV3) operam com expressivas perdas, depois que a norte-americana AES Corp venceu uma disputa com a elétrica brasileira pela aquisição de uma fatia do BNDES na empresa de geração renovável AES Tietê, na qual já é controladora.
Por volta das 11h08, os papéis despencavam 13,33% a R$ 14,44, enquanto que os da Eneva caíam 1,87% a R$ 49,94, com mínima em R$ 48,15.
Em comunicado ao mercado nesta terça-feira, a AES Tietê divulgou documento no qual o braço de participações do banco estatal, BNDESPar, informa que a unidade brasileira da AES foi consagrada vitoriosa em processo competitivo aberto para a venda da participação.
“A BNDESPar e a AES Brasil deverão se engajar na execução da proposta e manterão os acionistas e o mercado atualizados oportunamente”, disse o BNDES na carta.
A AES Tietê e o documento do BNDES não detalham a proposta da AES pelas ações do BNDESPar na empresa de energia limpa, que controla hidrelétricas e parques eólicos.
A Eneva, que tem como principais acionistas BTG Pactual (BPAC11) e Cambuhy Investimentos, chegou na véspera a elevar sua oferta, que envolveria cerca de 8 bilhões de reais em dinheiro e ações pela incorporação da AES Tietê e seria levada adiante caso houvesse aval do BNDESPar.
Visão dos analistas
A XP Investimentos avalia que eventuais acionistas da AES Tietê que tinham uma visão favorável da combinação de negócios com a Eneva podem acabar gerando um fluxo de venda das ações, o que poderia causar uma pressão temporária negativa sobre os preços de TIET11, o que está ocorrendo neste momento.
Além disso, os analistas apontam que restam dúvidas acerca do que o BNDESPar fará com sua participação remanescente de 9% e em que condições ocorrerá a migração da AES Tietê para o Novo Mercado. Destaque para o fato de que haverá volatilidade no curto prazo no preço das ações de AES Tietê. A recomendação de Compra, com um preço-alvo de 12 meses de R$17/unit é exclusivamente baseada nos fundamentos da companhia.
Esta notícia foi publicada em 28 de julho de 2020