SÃO PAULO (Reuters) – O dólar poderia chegar a 7,35 reais ao fim de 2021 no pior dos cenários considerados pelo UBS, disse o banco nesta quinta-feira.
Dentro desse mesmo cenário, a moeda fecharia 2020 a 5,75 reais, 4,54% acima da máxima alcançada nesta sessão, de 5,5002 reais.
O dólar sobiu 4,9% apenas nesta semana. O cenário pessimista considera o CDS indo a 450 pontos-base, a manutenção dos diferenciais de juros nos atuais níveis, mas com mais prêmio de risco.
O CDS de cinco anos está em torno de 318 pontos-base. E os diferenciais de juros de um ano entre Brasil e EUA estão nas mínimas recordes perto de 2,75 pontos percentuais.
A cotação de 7,35 reais representaria um salto de 35,9% do dólar em relação à taxa de fechamento da véspera (5,4094 reais).
Em parte, a possibilidade de mais desvalorização da moeda brasileira, segundo o UBS, é amparada por cálculos que tomam como base a variação da taxa real efetiva de câmbio entre o fim de março de 2020 e a mínima de 2002. Apesar da desvalorização do real nos últimos anos, o câmbio real efetivo do fim de março ainda estava 42% mais forte que no piso de 2002, segundo o UBS.
Levando-se em conta cálculos correlacionando a cotação real/dólar e taxa real efetiva de câmbio, “uma queda adicional de 32% na taxa de câmbio nominal do real contra o dólar ante os atuais valores está dentro do intervalo histórico da taxa efetiva real”, disseram os economistas Tony Volpon e Fabio Ramos em nota.
(Por José de Castro; Edição de Isabel Versiani)
Esta notícia foi publicada em 24 de abril de 2020