O Nubank tem que virar Itaú antes que o Itaú vire o Nubank

“Um dinossauro praticamente imóvel, cheio de ineficiências, inoperante às vezes e com mau atendimento”. Essa foi a resposta de um usuário do Nubank quando perguntado sobre seu banco, o Itaú (ITUB4). Palavras fortes e desconfortantes, com certeza – mas que mostram que a geração atual está muito mais alinhada com os serviços digitais do que com as grandes empresas das últimas décadas.

Contudo, questionado o motivo pelo qual ainda mantém conta no Itaú, este mesmo usuário foi taxativo: “gostaria muito de largar a empresa, mas a Nuconta ainda não é 100% e não tem conta de PJ”. O Bradesco, outro grande banco privado brasileiro, passa pelo mesmo problema. Banco do Brasil e Caixa estão em uma situação ainda pior, pois enfrentam o preconceito por ser estatal (e no caso da Caixa, me desculpe, é justificado).

Nem todo mundo tem a mesma opinião sobre os grandes bancos – mas é verdade que a startup do cartão roxo incomoda muita gente. Incomoda a ponto de provocar a maior mudança de mentalidade que os grandes bancos passaram nas últimas décadas: estão todos eles se esforçando para melhorar o atendimento, oferecer pacotes com tarifas próximas do zero e rejuvenescer a marcar. O Bradesco até criou uma espécie de banco digital, chamado de Next.

Em suma: o Nubank se esforça (através da Nuconta e outros serviços que eles começam, aos poucos, a oferecer) para se tornar um grande banco, com o alcance do Itaú. Enquanto isso, o Itaú se esforça para ter um serviço que encante os clientes da mesma maneira que o Nubank tem encantado as pessoas. Para a sobrevivência de ambos, eles precisam ganhar a corrida nesta convergência que ambos estão fazendo. O Itaú já abriu um espaço de coinovação com startups (com o Cubo) e vem apostando em tecnologia para conseguir “dar a volta por cima”, mas ainda tem um longo caminho para ser uma “nativa digital” como é o Nubank.

Essa é a sina de todas as grandes empresas que estão disputando com startups: já se falou muitas vezes que o HBO precisa virar o Netflix, por exemplo. E como grandes empresas fazem isso? Mudando completamente a sua mentalidade e abraçando a inovação, cooperando com startups e até mesmo adquirindo as empresas corretas. Se o trabalho é bem feito, a percepção do cliente deixa de ser “dinossauro” e passa a ser de empresa super inovadora, em constante contato com o cliente.

O setor financeiro vai mudar drasticamente nos próximos anos e empresas como Nubank e Itaú querem fazer parte disso, querem estar no centro dessa transformação. Preparamos um evento para tratar dessas transformações e das oportunidades que ela está criando para empreendedores e empresas, o Fintech Conference, que acontece agora em junho em São Paulo. Não perca essa chance!

Nubank já é relevante e incomoda

Sandro Cimatti, sócio-diretor da CVA Solutions, empresa de consultoria e pesquisa de mercado. Diz; que o Nubank não é apenas uma fintech que agrada seus consumidores com ótimo Valor Percebido e Recomendação Líquida. Ele já conquistou um volume de clientes expressivo e construiu uma marca forte e reconhecida no mercado. “O Nubank já é relevante e incomoda os grandes bancos. Quem vai comprar o Nubank? O CADE vai deixar?” questiona Cimatti.

Fonte: Startse

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Esta notícia foi publicada em 24 de janeiro de 2020

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