SÃO PAULO (Reuters) -O dólar oscilou ao longo desta segunda-feira, mas acabou fechando em queda e abaixo de 4,70 reais, seguindo um alívio que beneficiou outras moedas emergentes, antes da divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,43%, a 4,6915 reais, depois de variar entre 4,7404 reais (+0,61%) e 4,6793 reais (-0,69%).
Na B3 (B3SA3), às 17:30 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,22%, a 4,7135 reais.
As operações foram guiadas nesta segunda-feira por fluxos pontuais, à medida que o foco se voltou para dados de inflação ao consumidor dos EUA referentes a março –a serem divulgados na terça-feira. A expectativa é que os números mostrem inflação anual rodando acima de 8% nos EUA, um recorde em 40 anos, o que pode incendiar mais o debate sobre altas mais fortes dos juros por lá.
Juros mais altos nos EUA poderiam dar novo fôlego ao dólar, que contra uma cesta de moedas de países ricos já opera perto de máximas em cerca de dois anos.
Nesta tarde, contudo, as moedas emergentes subiam, em média, 0,3% ante o dólar. E o Morgan Stanley, embora veja forças mais equilibradas, não vê “complacência” em posições pró-divisas emergentes.
“Nosso modelo de risco sugere que o mercado está longe de ser complacente e que há um prêmio de risco decente embutido nos preços (das moedas emergentes). Isso é endossado pelo posicionamento, pois o mercado já está comprado em dólar e bastante sublocado em divisas emergentes”, disseram profissionais do banco em relatório.
Uma valorização em bloco das moedas emergentes poderia se estender ao real, dado o elevado “beta” (uma medida de sensibilidade) da divisa brasileira às dinâmicas externas.
Ainda que de forma discreta, operadores voltaram a aumentar apostas a favor do real, depois de algumas semanas cortando posições.
Nos sete dias encerrados em 5 de abril, especuladores que operam na Bolsa de Chicago (CME) aumentaram o estoque “comprado” em real (que vê apreciação da moeda) em 2.910 contratos, para 45.526 contratos, conforme dados mais recentes da CFTC, agência de mercados futuros dos EUA. É o terceiro maior volume da história.
(Por José de Castro; edição de Bernardo Caram)
Esta notícia foi publicada em 11 de abril de 2022