Clientes protestam em frente à mais uma empresa suspeita de fraude financeira em Bitcoin

José Luís Costa / Agencia RBS

Um grupo de clientes da Indeal Consultoria em Mercados Digitais, investigada pela Polícia Federal (PF) por suspeita de fraude financeira, protestou na tarde desta sexta-feira (11), em frente ao escritório da empresa, em uma praça no centro de Novo Hamburgo.

De acordo com o Gaúcha ZH, a manifestação, organizada pela Associação de Clientes InDeal (Assic), contou com pessoas de várias regiões, entre elas Vale do Sinos, Porto Alegre, Serra, Concórdia e Chapecó, e o movimento durou aproximadamente duas horas.

Segurando cartazes, com frases “Queremos nosso dinheiro” e “Devolvam o que é nosso”, parte do grupo se revezou em discursos cobrando agilidade das autoridades na liberação de recursos a que teriam direito como investidores. Em maio, a PF deflagrou a Operação Egypto, que levou a prisão temporária de sócios (já cumprida) e ao bloqueio bens e valores dos donos da empresa determinado pela Justiça Federal. 

Segundo o site, parte do grupo presente se revezou para também cobrar as autoridades. No entanto, ao contrário da última manifestação, que eles diziam não se sentirem lesados, ou que a Indeal não era uma pirâmide, desta os cartazes diziam “Queremos nosso dinheiro” e “Devolvam o que é nosso”.

Clientes que aceitaram falar com a reportagem da GaúchaZH relataram surpresa com a situação, pois estariam recebendo rendimentos de 15% ao mês até a ação da PF.

Investi R$ 12 mil no começo do ano. Eles sempre pagando direitinho. Não acredito que esse dinheiro está perdido — disse o recepcionista de hotel Gerson Silva, 65 anos, que mora em Porto Alegre.

Mais revoltada estava a comerciante Luciana Marçal, 32 anos. Ela contou que, junto com a mãe, apostou R$ 30 mil nos bitcoins da Indeal.

Ela colocou todo o dinheiro que tinha ganhado de uma herança. Agora, me sinto culpada, porque fui eu quem sugeri o negócio.

Sócios em liberdade

Em agosto, quando todos os sócios da Indeal já se encontravam em liberdade, eles alegaram que mesmo estando livres não podiam elaborar um plano de pagamento aos clientes devido a medidas cautelares impostas pela Justiça.

Esquema da InDeal

Consta que a InDeal mantinha operações em outros países como Suíça, Chipre, Estados Unidos, Malásia, China e Japão, além do Brasil.

O esquema no Brasil, contudo, gerou um grande prejuízo ao país com a evasão de divisas. Foram R$ 128.304.360,54 transacionados e enviados ao exterior sem qualquer declaração às autoridades brasileiras.

O esquema contava com a captação de recursos em moeda brasileira vinda de seus clientes e depois disponibilizados no exterior em criptomoedas junto a exchanges estabelecidas nos Estados Unidos da América, China, Japão e Malásia.

“Promoveram a saída de divisas do país sem a necessária declaração às autoridades brasileiras competentes, mantendo, da mesma forma, em 31/12/2018, depósitos no exterior não declarados às autoridades brasileiras competentes, passíveis de conversão em dinheiro”.

Em maio desse ano, os denunciados tinham numa conta junto à exchange Poloniex, sediada nos Estados Unidos, o saldo de 3991,81877779 BTCs (bitcoins), o que equivalia a quase R$ 129 milhões.

A manifestação se estendeu por quase duas horas, com participação de quase uma centena de investidores do Vale do Sinos, de Porto Alegre, da Serra e de Concórdia e Chapecó (Santa Catarina), entre outras localidades.

Fonte: Gaucha ZH / Portal Bitcoin

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Esta notícia foi publicada em 15 de outubro de 2019

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